O prazer da conchinha na hora do sono
Seus braços me cobrem. Minha nuca se aquece ao contato com sua respiração. Sobe um arrepio desde lá embaixo, quando experimento o roçar da sua barba rala ao pé da minha orelha.
– Bons sonhos – ouço-o sussurrar enquanto acaricia meus cabelos e toca seus lábios em meu ombro.
Aperto sua mão e a puxo para lhe dar um beijo. Ponho-na encostada ao meu peito, que sinto bater. Ajeito-me sobre o travesseiro, a fim de me encaixar cada curva do meu corpo ao seu, curtindo o atrito de pele sobre pele. Trago a coberta até a altura de pescoço, mas são seu pelos que me aquecem.
Inspiro profundamente. Minha respiração acompanha a dele, em ritmo cada vez mais lento. Olhos cerrados. A tranquilidade me preenche até que me aprofundo no mundo dos sonhos.
No meio da noite, as carícias continuam sem que a gente perceba. Um beijinho antes de mudar de posição. Cafuné ao se aconchegar nos braços dele. O sono persiste, o cheiro, as sensações se estendem madrugada adentro. A segurança e a delícia de estar juntinho, lado a lado com quem me faz sonhar.
Ao raiar o dia, abro os olhos e me deparo de novo com seu rosto a um palmo do meu. Seu abraço me pega com vontade. O volume em suas pernas me cutuca. Seus dedos deslizam por meu corpo, que ainda não despertou inteiramente.
Não importa se sua boca não cheira a jasmim. É ela diz as primeiras palavras que ouço naquela manhã.
– Bom dia! – basta o sussurrar dessa frase para me acalentar e me fazer sorrir.
Dormir de conchinha é começar o dia seguinte com mais amor.